sábado, 23 de junho de 2007


No Brasil, a idealização de uma constituição benévola, em atendimento aos princípios humanistas, precisaria andar passo a passo com a evolução de seus cidadãos, o que não aconteceu.


O país era composto por um sociedade urbana com acesso aos padrões de educação, saúde, educação, saneamento e habitação de qualidade, mas fruto de um processo de “seleção natural social”, respaldado principalmente na produtividade e acumulação individual.Ao se vislumbrar uma oferta de serviços básicos para o restante da população como direito fundamental, não houve a preocupação de colocar a massa desassistida para produzir os serviços que lhes eram interessantes.


Acometido pela perspectiva de uma mudança de regime político, onde o novo modelo estava ansioso por demonstrar o fracasso do regime anterior, os representantes apressaram-se em revelar o que uma sociedade organizada poderia oferecer sob regime democrático, esquecendo-se, no entanto, de mostrar como uma sociedade desorganizada e de baixo capital humano deve se comportar para alcançá-los.


A sensação de que o maná realmente caía do céu floresceu no princípio, dandoespaço para a desilusão na seqüência. A corrida frenética pelo direitos,expurgou os direitos que a classe média urbana detinha no serviço público,mostrando que além de escassa os direitos são caros.Mas se não havia serviço de qualidade para os contribuintes, por que contribuir? Desta forma, a perda da qualidade ou o acesso a estes serviços privatizados, para quem exigia e os pagava, justificou a sonegação tributária, inviabilizando o crescimento sustentado no tempo dos mesmos.

A outra classe, que não contribuia porque não dispunha de recursos para tal, agora não mais procurara meios de obter tais serviços, mas os cobrava do governo. Quando da concessão de direitos (apenas direitos, sem deveres ou benefícios) o indivíduo passou a se sentir preterido pelo sistema, um excluído social ou um pária econômico e, portanto, fica aberta a razoabilidade dos atos anti-sociais.

No exercício de tais atos, caracteriza-se o desvio às leis da sociedade justificada pelos direitos não cumpridos. Este comportamento torna-se padrão e inviabiliza a sociedade organizada em cidadãos, inviabilizando, consigo, a democracia, dado que esta só funciona com cidadania.

Embora exista o argumento-padrão de que a cidadania é o exercício pleno dos direitos sociais, advogo a posição de que a cidadania está mais vinculada ao processo de produção dos serviços e, seqüencialmente, conversão destes serviços em direitos universais do que meramente a obtenção de decreto do Estado, como se o governo fosse um agente à parte da população, como se nos fosse um ente divino e onipotente que tem a obrigação de nos jogar maná do céu.
Aprende e Constrói.

domingo, 17 de junho de 2007

Produtor da Paraíba colhe primeira safra de algodão colorido orgânico.

Agência Brasil - Radiobrás (16 de Junho de 2007)
Por: Gláucia Gomes Repórter da Agência Brasil
Brasília - O produtor Felipe Motta Benevides Gadelha, dono da Fazenda Santo Antônio, em Bom Sucesso, no sertão da Paraíba, começa a colher, no fim deste mês, a primeira safra de algodão colorido orgânico em sua propriedade. Gadelha, que cultivava já produtos como milho, feijão e algodão, decidiu produzir algodão colorido orgânico para trabalhar com um produto ecologicamente correto.

“O algodão colorido orgânico é fruto de um trabalho muito forte, ecologicamente
e socialmente correto, e por isso não é um trabalho do dia para a noite. Já se
passaram cerca de sete ou oito anos que estamos em cima desse trabalho, e não é
um produto para a moda temporária. É um produto para ficar na consciência de
todos”, disse ele.

Na primeira safra comercial na propriedade de Gadelha, serão colhidas três cores: branco, verde e rubi. Segundo Gadelha, no cultivo do produto orgânico, não se usam produtos químicos. Pragas como cochinilha, bicudo e curuquerê são comuns na plantações de algodão colorido orgânico, mas as formas de combate são sempre naturais, afirmou o produtor.Gadelha plantou 23 hectares de algodão branco, oito de verde e 5,5 de rubi e deverá colher cerca de 1.800 quilos por hectare. Ele disse que a aceitação do algodão colorido é muito grande e que já existe uma larga rede de comercialização do produto.
O pesquisador da Embrapa Algodão, Melchior Naelson Batista da Silva, disse que o plantio do algodão colorido orgânico é um desafio e uma boa oportunidade para os agricultores, porque o produto tem preço superior no mercado. O colorido orgânico é vendido a R$ 5 o quilo e o branco, a R$ 4. O algodão branco não-orgânico custa cerca de R$ 3 o quilo.Mesmo assim, o pesquisador ressaltou que a produção de algodão orgânico ainda não é suficiente para a procura.

“O crescimento da produção ainda é pequeno, porque o sistema de produção é
diferenciado. Tem todo um aparato de capacitação e conscientização dos
agricultores, e não é fácil aumentar as áreas de produção. Por isso, não se
conseguiu atender toda essa demanda de produtos orgânicos no Brasil e no mundo”

De acordo com Melchior Silva, na Paraíba, existe um núcleo de produção na região do Curimataú, onde 20 agricultores familiares assentados da reforma agrária, estão plantando, este ano, em torno de 60 hectares de algodão orgânico branco, marrom e verde, todos já com proposta de venda do produto.

Paraíba colhe 1ª safra de algodão orgânico e vai conquistar mercado


Matéria do Jornal da Paraíba (17 de junho de 2007)

Por: ESDRAS MARCHEZAN


Nos campos do Sertão brota mais uma riqueza que promete colocar a Paraíba em evidência no cenário econômico e social do mundo. No fim deste mês, em uma fazenda do município de Bom Sucesso, será colhida a primeira safra de algodão colorido orgânico para fins comerciais do Brasil.


A novidade pretende ganhar o mercado internacional através das malhas e fios produzidos pela Cooperativa de Produção Têxtil e Afins do Algodão do Estado da Paraíba (Coopnatural), que já se comprometeu em adquirir 100% desta primeira safra. Além de fornecer fios mais longos, o algodão colorido orgânico deve proporcionar um ganho maior aos produtores. As sementes do produto são distribuídas pela Embrapa Algodão e uma segunda safra está sendo organizada e deve ser colhida dentro de quatro a cinco meses na cidade de Remígio.


O produtor Felipe Benevides Gadelha, proprietário da Fazenda Santo Antônio – onde será colhida a primeira safra do algodão colorido orgânico – disse que a produtividade média deve chegar a 1.800 quilos/hectare. Ele explica que plantou 23 hectares de algodão branco, e mais 5,5 hectares com algodão rubi e 8 hectares com algodão verde. Nos produtos não foram usados nenhum tipo de pesticidas ou adubos químicos e, segundo o produtor, a produtividade esperada é satisfatória.


“O principal cuidado quanto ao manejo do algodão colorido orgânico e o branco é
a separação das espécies. Tem de existir um cuidado específico para não haver
cruzamento das espécies. Acreditamos na qualidade deste produto. As sementes
plantadas foram adquiridas da Embrapa, e possuem certificação”
A colheita desta safra representa também a concretização de um projeto iniciado em 2000 pela Embrapa Algodão, quando do lançamento da primeira variedade de algodão colorido, na cor marrom. Na época, a expectativa dos pesquisadores era viabilizar uma cadeia produtiva diferenciada com apelo ambiental da nova tecnologia.
“É o resultado de um trabalho de empenho de toda a equipe da Embrapa Algodão
junto com os produtores e parceiros que atuam nesse segmento. Esse tipo de
algodão vai conseguir evitar danos ao meio ambiente e até mesmo preservar a vida
do agricultor, já que sem uso de agrotóxico não afeta a saúde do homem do
campo”,
comenta o supervisor da área de comunicação e negócios da Embrapa Algodão, José Mário Cavalcanti de Oliveira.

quarta-feira, 6 de junho de 2007

País colhe primeira safra de algodão colorido orgânico. (Matéria do Estado de São Paulo de 06 de junho de 2007)


Cultura é mantida por pequenos produtores do sertão da Paraíba, com apoio da Embrapa e reunidos em cooperativas.



Reportagem:Fernanda Yoneya

Começa no fim deste mês a colheita da primeira safra comercial de algodão colorido orgânico do País. O produtor Felipe Motta Benevides Gadelha, da Fazenda Santo Antonio, em Bom Sucesso, no sertão da Paraíba, cultiva algodão em três cores: branco, verde e rubi e fará a colheita em parceria com a Cooperativa de Produção Têxtil e Afins do Algodão do Estado da Paraíba (CoopNatural), Embrapa Algodão e a Associação de Certificação Instituto Biodinâmico (IBD).A produtividade média deve alcançar 1.800 quilos/hectare.
"É difícil prever no orgânico, por causa das pragas. Mas, no atual estágio,
conforme dados da Embrapa e do produtor, a produtividade esperada é
satisfatória."
Gadelha plantou, além de 23 hectares de algodão branco, 5,5 hectares com BRS Rubi e 8 hectares com a BRS Verde. Conforme cálculos do pesquisador Luiz Paulo de Carvalho, da Embrapa Algodão, paga-se de 30% a 40% mais pelo algodão colorido, que tem consumo limitado e poucas indústrias trabalhando com o produto. É possível que haja um ganho ainda maior, por ser também orgânico.Segundo o produtor, definir preço e mercado é o mais difícil. 'Cotonicultores orgânicos desorganizados perdem valor agregado e preço', diz. APELO ECOLÓGICOA CoopNatural compromete-sea adquirir 100% desta primeira safra. A colheita deverá chegar a 2 mil quilos/hectare de algodão seridó, de fibras mais longas. 'Foram plantadas cerca de 100 mil mudas/hectare', conta a presidente da cooperativa, Maysa Gadelha. A CoopNatural foi criada a partir do consórcio Natural Fashion, para unir empresas têxteis e de confecções de Campina Grande. O algodão colorido tornou-se o diferencial do consórcio. Hoje, são 35 cooperados.Outro produtor, Mario Lemos Medeiros, de Patos, também no sertão da Paraíba, diz que a atividade é promissora, pois atende à demanda por produtos 'limpos'. Medeiros produz algodão colorido convencional, mas se prepara para aderir ao orgânico. 'No futuro pretendo exportar', justifica ele, que é presidente da Cooperativa Agrícola Mista de Patos (Campal), que reúne cerca de cem produtores de algodão colorido convencional, que cultivam cerca de 400 hectares com as variedades rubi, safira e verde, 'todos pequenos.'Com irrigação, Medeiros diz que a produtividade fica acima de 2.500 quilos/hectare; já no sequeiro, cai para 1.000 quilos/hectare. Parte da produção vai para indústrias de São Paulo e Minas Gerais e parte para a Natural Fashion.De acordo com o pesquisador Carvalho, na Paraíba os agricultores ganham as sementes da Embrapa e os plantios são gerenciados pela cooperativa. A Natural Fashion processa os fios, confeccionando roupas e artesanato. A ausência de corantes sintéticos atende ao apelo de 'produto limpo.' Sendo orgânico, esse apelo é ainda mais forte.No ano passado, a cooperativa adquiriu 20 mil quilos de algodão em pluma. Hoje, a marca exporta produtos de algodão colorido para a Europa.
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