quarta-feira, 23 de maio de 2007

Precarização e Politização Saúde

Andar em Campina Grande em busca de atendimento especializado está cada dia mais difícil. O fenômeno de Campina Grande está verdadeiramente mais acelerado que nas demais cidades do estado e da região.
Quando da instalação do PSF no país afora, a população desabastecida da assistência básica de saúde, passou a ter acesso mais rápido, embora não mais eficaz no condizente aos problemas mais específicos.
Reconhecendo os benefícios do PSF, podemos também observar o uso eleitoral da saúde, ampliando fortemente o número de contratados desqualificados, ou de qualificação média. A redução da intensidade tecnológica e o desprezo aos atendimentos mais especializados.
A razão disto está na própria estratificação do consumidor de saúde, é verdade, consumidor sim, pois o preço da saúde está exposto nas tabelas de todos os hospitais e as portas se fechando para aqueles que não pagam.
Como aqueles que pagam a saúde privada (ou seria privativa?) são os que detém algum conhecimento dos materiais e equipamentos com tecnologia agregada, seja no diagnóstico, seja no procedimento, esses se vêem obrigados a pagar e, assim, saem do bloco de pressão por saúde universal de qualidade.
Como aqueles que não têm conhecimento acerca da tecnologia de diagnóstico e de procedimento não exercem pressão, passam a se marginalizar na saúde. Mas quem disse que os mais ignorantes acerca da tecnologia em saúde não paga por ela? Sim, pagam, mas o resultado é uma política social, com excesso de contratação e pouca tecnologia.
Vê-se que os recursos aplicados em materiais, medicamentos, próteses, equipamentos e procedimentos de alta complexidade ficam dia a dia mais escassos, desviados ou contigenciados. Pois são destinados a poucos prestadores de serviço ou fornecedores, sem voz ativa.
Com a expectativa de vida da população ampliada pelo trabalho do psf, a população mais idosa começa a necessitar de serviços mais complexos, cuja modernização do atendimento pressupõe o seu encarecimento, mas que a política social na saúde, ou o uso político-eleitoral na saúde, não permitirá tão cedo.
Ou se começa a cortar os excessos desde já, ou não tardará a se ver a privatização plena da saúde.
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