terça-feira, 16 de janeiro de 2007

Esforço por saúde

A crise na saúde está tomando caminhos nunca antes vistos. Mas só é verdadeiramente sentida por aqueles profissionais que sabem quais medicamentos e qualidades, existentes no mercado, que que poderiam ser medicados não fosse a irresponsabilidade da tabela SUS, mas o paciente e o contribuinte não imaginam que tais medicamentos existam, passando a sentir dores maiores.
A crise é reconhecidamente crítica quando se toma conhecimento dos procedimentos ultrapassados que são praticados frente à tecnologia do primeiro mundo, existente no próprio país, mas que o paciente nem imagina que um dia possa existir.
A crise é vista por profissionais que sabem os exames e as imagens que poderiam ser gerados para maior segurança e eficácia do procedimento médico, mas são exames desconhecidos pela população (assim como sua necessidade) e que por isso não são exigidos pela grande massa.
A crise não é sentida pelos governantes, porque estes pagam por sua saúde, a crise não é sentida pelos governantes porque a população não urge e a morte de um ente torna-se apenas uma fatalidade, conformação e resignação, sem nenhuma reclamação.
A crise não é sentida pelos governantes porque os profissionais de saúde não têm voz presente, não propagam para a população pouco instruída que existem métodos melhores e mais eficazes.
O egoísmo das pessoas que medem esforços para saúde é tão grande que não permite ajuda a elas próprias, porque o melhoramento das atividades privadas está limitado pela decadência do atendimento público, por questão de escala e transferência de recursos da atividade privada para o SUS.
Mas a cegueira que atinge o cidadão, o atinge também. Mal sabe ele que seu atendimento será pior quando se deixa piorar o serviço público. Que no caso de emergência, ele será levado ao mesmo hospital público que deixou sucateado. E que se não for ele, será o filho, a mãe, a prima, avós ou qualquer outro parente.
Para melhorar o serviço, temos vários caminhos: Equipamentos, Materiais, Medicamentos e Mão-de-obra de qualidade.
Todos, exceto a mão-de-obra, são tecnologias importadas. Portanto, para que o setor seja fonte de crescimento para o país, esses itens devem sofrer fortes incentivos à pesquisa e desenvolvimento na saúde, ação já iniciada pelo governo federal.
Mas essa ação demora o que a vida não pode esperar. O segundo passo é a modernização via importação, com financiamento securitizado pelo próprio governo para hospitais de atendimento ao SUS.
No caso de medicamentos, sugiro seu fornecimento direto aos hospitais, descontando o valor do medicamento do pagamento do SUS. Desta forma, o governo poderia economizar para os hospitais na compra de medicamentos.
A mão-de-obra poderá ganhar qualidade com programas do próprio governo. Programas de treinamento e aperfeiçoamento de técnicas.
Proponho transferir custos para o governo, principalmente os que envolvem rápida depreciação, propiciando a melhoria técnica do atendimento. Àqueles que são egoístas, ásperos em relutar contra a ajuda governamental, peço que reflita sobre a história recente dos hospitais que serviram ao governo, arruinarando o patrimônio, precarizando a saúde para continuar a oferecê-la e que também lembre que um dia poderá utilizá-la com maior segurança.

Um comentário:

Anônimo disse...

Realmente, acredito ser o egoísmo o maior entrave ao desenvolvimento da saúde no país. Isto porque os que fazem a saúde, que entendem a precariedade e a possibilidade de melhora não sentem na própria pele a crise.
Normalmente essas pessoas, sem querer generalizar, fazem seu trabalho e têm a garantia de que sua saúde e a de sua família estão a salvo do SUS.
Então por que seria necessária tanta mobilização, se o SUS só faz parte de seu ambiente de trabalho, mas não de sua vida pessoal?
Creio que só se busca por mudança, só se enxerga o problema de frente quando ele bate à sua porta e isso só tem acontecido com os menos favorecidos que se acham merecedores, de uma forma ou de outra, do sistema oferecido, já que não têm noção de que a saúde é uma garantia devida, mas pensam ser um favor do governo para com eles.

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