terça-feira, 2 de janeiro de 2007

"Não podemos desperdiçar energias, talentos, esperanças" - Discurso do Presidente.

É de costume o líder nacional levantar o brio da população. Assim caminhamos de cabeça erguida, temos mais coragem, liberamos maior quantidade de endorfina e, consigo, maior felicidade nos é proporcionada.
É de costume o líder nacional levantar o próprio brio. Principalmente para que os adversários acreditem, baixem a cabeça e deixem o homem trabalhar (com maior governabilidade).
Desconsiderando as práticas costumeiras, o aspecto mais positivo do discurso do presidente foi o detalhamento de determinadas ações e a ratificação de algumas prioridades já lançadas no passado.
Quando um governo assume e fala em austeridade, deseja-se angariar maior confiança. Papel cumprido na afirmação: "Sei que o crescimento, para ser rápido, sustentável e duradouro, tem de ser com responsabilidade fiscal. Disso não abriremos mão, em hipótese alguma."
Mas falar em ousadia é falar de mudanças e riscos. De forma que quanto maior o detalhamento da ousadia, melhor. Assim, adentremos no discurso do presidente.

Investimento
"ampliar e agilizar o investimento público, desonerar e incentivar o investimento privado. "
O governo estimulará o investimento com políticas setoriais. Nesse esforço, espera-se abertura de diálogo com todos os setores da economia. Esse recurso poderá ser muito eficiente para solução de controvérsias políticas, pois a barganha política poderá estar vinculada a apoios setoriais promotores do crescimento. Desta forma reduziria-se o custo de governabilidade, ou a solução de litígios estaria vinculada à expansão do investimento. Setores ligados à base energética estarão com maior poder de barganha.

Produtividade
"um amplo programa de incentivo à produtividade das empresas brasileiras, facilitando a importação de equipamentos; melhorando a qualidade dos tributos; favorecendo o acesso à tecnologia da informação, apoiando a inovação; e estimulando a integração empresa-universidade"
O governo está percebendo que a batalha cambial tem limite. Não poderemos levar o saldo da balança comercial muito adiante com a atual taxa de câmbio, muito menos poderemos respaldar a atividade exportadora em políticas cambiais. A indústria terá que se preparar para competir. Esse aumento de produtividade fortalece a política de estabilização de preços e metas de inflação em dois sentidos, ao evitar políticas cambiais protecionistas e ao reduzir o custo de produção em moeda doméstica. É a indústria pautada na economia real.

Guerra Fiscal
"E vamos consolidar, em harmonia com esta Casa e com os Estados, a legislação unificada do ICMS, simplificando as normas, reduzindo alíquotas, com previsão de implantar um único imposto de valor agregado a ser distribuído automaticamente para união, estados e municípios."
A redução da guerra fiscal proporcionará maior previsibilidade aos investidores, que se vêem frequentemente ameaçados por ganhos fiscais de seus concorrentes. Esse esforço reduz também o risco político nos negócios quando grupos econômicos vinculados a políticos passam a auferir menor liberdade administrativa.
Nesse aspecto, os estados do nordeste esperam conseguir reduzir a disparidade arrecadatória com São Paulo, onde, mesmo que não se consiga a arrecadação no consumo, haverá uma tentativa de impor políticas fiscais redistributivas (com base arrecadatória no ICMS). Embora o Nordeste tenha sido reconhecido como a base eleitoral do presidente, o forte relacionamento do presidente com o ABC paulista tende a não conseguir evoluções nesse sentido.

O presidente conseguiu passar sinceridade em seus desafios, revelou que ganhou experiência administrativa e que implantará verdadeiramente um novo ritmo na administração. Se assim o fizer realmente não desperdiçará esperanças.

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